Um sessentão no Dakar

O Rally Dakar, competição fora de estrada mais famosa do planeta, começa no domingo (6) e segue até o dia 17. O Brasil terá 11 representantes, entre eles um paranaense, o empresário curitibano do segmento de joias Lincoln Berrocal. A prova deste ano será disputada totalmente no Peru e possui mais de 5 mil quilômetros de percurso. Ao todo, serão 534 participantes de 61 nacionalidades. Eles estarão divididos em 138 motos, 96 carros, 41 caminhões, 33 utilitários e 29 quadriciclos.

Berrocal, de 60 anos, é um dos pilotos mais velhos da edição de 2019. Ele ostenta dois títulos brasileiros de cross-country e várias conquistas nos paranaenses de velocross, cross-country e motocross. No entanto, não vinha participando de provas competitivas até decidir que tentaria o Dakar. O rally que será disputado no Peru exige oito horas de disputas diárias.

Sua rotina de treinos para a prova alternou exercícios em academia de três a quatro vezes na semana, com treinos com moto três vezes na semana. Ele também praticou ciclismo para melhorar a parte cardiovascular e descansou apenas um dia por semana.

Para se habilitar para a prova off-road mais famosa do planeta, ele precisou enfrentar o Dakar Series, seletiva realizada em vários pontos do mundo. São provas que fazem parte do calendário mundial de rally cross-country. Na América do Sul, Berrocal disputou uma no Paraguai e duas na Argentina, mas não conseguiu completar nenhuma delas. Ele só pôde assegurar a vaga no Marrocos. “Participei este ano (2018) de uma prova do Dakar Series no Marrocos e ganhei experiência em dunas. Acho que vai me ajudar muito nesta prova, apesar das dunas daqui serem diferentes”, apontou.

O piloto garantiu estar tranquilo para a disputa. “Apenas pelo fato de eu ter sido selecionado para participar do Dakar já é uma conquista pessoal”, comemorou. Mesmo com a idade elevada em relação aos concorrentes, Berrocal diz se sentir preparado para enfrentar o grande desafio. “Sei que não é fácil para os profissionais, imagine para os amadores. Vou usar a experiência para poupar energia e terminar as etapas”, explicou o curitibano.

Quanto à prova, a meta é terminar as etapas sem penalizações e passar por todos os postos de controle e waypoints (pontos de notificação). “Chegar ao final será uma grande vitória para mim. Estou competindo com os profissionais e melhores pilotos do mundo”, destacou. Para ele, a sensação de estar no Dakar é de um sonho realizado: “Correr e participar no dia a dia com os melhores é sensacional”.

Sobre competir na altitude, ele destacou que não há como se preparar para esse fator no Brasil. “Como somos pilotos amadores, fica difícil o deslocamento para treinos em outros países. O jeito é ir se adaptando e poupar energias”, apontou. Um dos maiores desafios na edição deste ano será a elevação de Duna Grande, que possui 1.693 metros de altitude. Trata-se de uma área desértica localizada nos arredores de Nasca, que será percorrida na segunda e na nona etapa.

Ao montar seu time, Berrocal contratou a mesma equipe que o apoiou no Marrocos. Trata-se de uma equipe espanhola com estrutura e grande experiência no Dakar. “Ela possui vários mecânicos, caminhões e motorhome. Também possui quiroprata e coach em navegação. Ótima estrutura”, elogiou.

O Dakar de 2019 percorrerá as regiões de Lima, Pisco, San Juan De Marcona, Arequipa, Moquegua e Tacna. Cerca de 3 mil quilômetros do trajeto são compostos por terreno arenoso. A 41ª edição da competição é dividida em dez etapas, todas no Peru, diferentemente da característica dos anos iniciais da prova, que circulava por vários países.

Locução em autódromo, estádio, rádio, tv, palestra, cerimonial, formatura. Pauteiro, repórter, produtor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

0 Comentários
voltar ao topo