O primeiro objetivo no caminho da escalada brasileira até Paris 2024 está cumprido. Na estreia da modalidade em uma edição dos Jogos Pan-Americanos, o país estará representado por sete atletas, e competirá nas duas provas do evento: o combinado Boulder & Guiada e a Escalada de Velocidade.
A classificação de todos os atletas se deu através do Ranking Mundial, depois de um primeiro semestre de participações no circuito da Copa do Mundo, seguindo uma estratégia pensada com a intenção de garantir não só a participação de atletas brasileiros em Santiago, mas também atingir a cota máxima na prova de Boulder & Guiada, em ambos os gêneros. Objetivo cumprido com sucesso, já que o Brasil terá 3 homens e 3 mulheres na prova.
No masculino, o time será composto pelos paulistas Felipe Ho (24), Mateus Bellotto (20) e Rodrigo Hanada (20). No feminino, a equipe será formada pela paranaense Mariana Hanggi (16), medalha de Ouro nos Jogos Sul-Americanos da Juventude, a carioca Bianca Castro (34) e a catarinense Anja Köhler (19). O time Boulder & Guiada terá a companhia do paranaense Pedro Egg (22), único classificado brasileiro na prova de Velocidade.
Estratégia e trabalho em equipe
A classificação para os Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 era um dos principais objetivos do ano, não apenas porque o evento é uma das qualificatórias continentais da modalidade para Paris 2024 – e o Brasil não podia ficar de fora – como faz parte de uma estratégia maior na busca da vaga olímpica.
Desde o início a meta era preencher a cota máxima no evento de Boulder & Guiada, tanto no masculino quanto no feminino. Para fazer isso acontecer, a Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE) teve que desenvolver uma estratégia de participação no circuito da Copa do Mundo, de forma que todos os atletas pudessem garantir pontuação para o Ranking Mundial. Como o país atualmente pode inscrever apenas dois atletas por prova/gênero nos eventos da Copa do Mundo, se fez necessário um rodízio entre os atletas escolhidos. O plano foi possível graças ao espírito de equipe dos atletas, que compreenderam a estratégia e aceitaram abrir mão da participação em mais eventos individualmente, para alcançar o objetivo do time. Esse espírito também ficou evidente quando a entidade precisou fazer correções na estratégia para garantir a classificação de todos. Foi o que aconteceu na última etapa do circuito, quando Mateus Bellotto, já com pontuação suficiente conquistada, abriu mão de competir no evento em Villars, na Suíça, para que o companheiro Rodrigo Hanada tivesse mais uma oportunidade de pontuar e classificar-se. A troca funcionou, e Hanada carimbou ali o passaporte para Santiago.
Na velocidade, a classificação de Pedro Egg também teve um tanto de estratégia e trabalho em equipe. Sabendo através da comissão técnica da ABEE da possibilidade concreta de conseguir a vaga para Santiago caso pontuasse na Copa do Mundo, ele abraçou a oportunidade com recursos próprios e participou de dois eventos do circuito. Conseguiu pontuar nos dois, garantindo a vaga e os recursos para fazer uma melhor preparação até os Jogos Pan-Americanos.
Escalada nos Jogos Pan-Americanos
A Escalada Esportiva fará sua estréia em uma edição dos Jogos Pan-Americanos em Santiago. A modalidade terá como palco o Parque Cerrillos, e acontecerá entre os dias 21 e 24 de outubro e irá classificar 4 atletas diretamente para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Para a equipe brasileira, será a segunda missão oficial com o Time Brasil, a primeira tendo acontecido nos Jogos Sul-Americanos da Juventude de Rosário 2022. Todo time irá embarcar para Santiago na primeira onda, no dia 17 de outubro.
Os homens do Boulder & Guiada serão os primeiros a competir, já no dia 21. Neste mesmo dia já saem as primeiras medalhas, na Velocidade Feminina. No dia 22 será a vez da estreia das mulheres no Boulder & Guiada e das disputas da Velocidade Masculina, também já fechando o dia com medalhas. As finais do Boulder & Guiada masculino acontecem no dia 23, e as do feminino no dia 24.
Os atletas da escalada brasileira competirão utilizando o uniforme desenvolvido pela Galápagos Outdoor especialmente para o evento, seguindo as diretrizes do Comitê Olímpico do Brasil (COB).