Sem presidente, sem diretoria e atraso no pagamento do salário do elenco. A situação do Atlético de Paranavaí fora das quatro linhas é ruim diante das incertezas sobre eleição de novo dirigente e sobre onde obter recursos para fazer frente às despesas. “O momento é preocupante”, frisou o técnico Lio Evaristo ao falar sobre o atraso nos salários e a ausência de diretores.
O então presidente Luiz Sérgio de Oliveira pediu renúncia e com ele saíram todos os diretores. Mas o quadro ruim nas finanças já era flagrante antes da debandada dos dirigentes.
“Estou aqui há quase um ano e meio e nunca tinha passado por esta situação (salário atrasado), estamos em um momento importante do campeonato, restam três jogos para disputarmos a segunda fase, poderíamos estar evitando um monte de coisas, mas infelizmente chegou nesse ponto. Eu, como treinador, tenho que manter a calma, procurar motivar os jogadores”, disse Lio Evaristo, que segue preparando o time para o jogo em Cianorte, antecipado para sábado à noite (19h30).
Evaristo, por outro lado, destaca a postura dos seus jogadores. “Apesar de todas as dificuldades não deixam transparecer isso dentro de campo. Já participei de grupos que confundem as coisas, levando os fatores negativos de fora para dentro de campo, que perdem a motivação. Não é o nosso caso, pelo contrário, estão bem motivados”.
Lio Evaristo lembra que os atletas são pais de família e têm suas obrigações e faz um desabafo: “Uma coisa que acho interessante, tem pessoas que pensam que quem vive de futebol não precisa receber salário. Queria ver pessoas de outras atividades ficar sem receber por três ou quatro meses. No futebol, se você reclamar é injusto, mercenário, covarde e traíra. Não entendo isso, e temos que ficar quietos”.
O técnico atleticano lembra que não faz futebol por lazer. “E também não podemos glorificar porque recebemos os salários em dia, a diretoria tem a obrigação de pagar. O que não pode é ficar sem pagar, isso não existe. Futebol não pode ser desta forma, já é desgastante com as cobranças de todos os lados. Quando eu colocar o time em Cianorte, ninguém quer saber da situação financeira que estamos passando, e eles têm que dar a resposta positiva dentro de campo. Dentro do futebol, no Brasil isso é normal e natural”.
Se a folha do elenco está atrasada, o pagamento do técnico está mais ainda. “Se fosse por causa de dinheiro já não estaria aqui, tenho recebido propostas, eu tenho compromisso principalmente com o Wilson Faria, o único que sobrou da diretoria, ele quer fazer um projeto diferente no Paranavaí e quer contar com meu trabalho. Sou tipo da pessoa que nasci para defender os outros, e não defender a minha pessoa. A situação minha com a diretoria, o torcedor não precisa ficar sabendo. (Colaborou: José Avelar)
Fonte: DiariodoNoroeste