O Paraná estreia na Série B do Brasileiro neste sábado (14), às 16 horas, contra o Brasil-RS, no Estádio Bento Freitas, em Pelotas (RS), sabendo que precisa contratar mais jogadores. E um dos principais abalizadores para a chegada de reforços na Vila Capanema está dentro do elenco: os próprios boleiros.
Se nos anos anteriores, quando os salários estavam atrasados, os atletas orientavam colegas de outros clubes a não virem ao Paraná, agora, com as contas em dia, eles têm sido decisivos para a chegada de reforços.
Os dois últimos contratados, por exemplo, o meia-atacante Marcelinho e o atacante Robert, só aceitaram vir para Curitiba após amigos confirmarem que o Tricolor está pagando em dia. Um deles deve ser titular contra o Brasil, já que Robson sente dores no tornozelo direito .
Antes de fechar com o Paraná, Marcelinho ligou para o meia Nadson, com quem jogou no Barueri-SP. “Se não tivesse recebido uma resposta positiva do Nadson, não sei se viria. A palavra de quem está no clube conta muito nessas horas”, afirma o meia de 26 anos.
O presidente Leonardo Oliveira confirma que o aval dos jogadores têm ajudado a reforçar a equipe. “Os jogadores viraram bons ‘fiadores’ das nossas contratações. E isso não é coincidência, já que estamos trabalhando para melhorar a imagem do clube no mercado”, avalia o cartola.
Nadson e o meia Válber – que também não joga na largada da Série B por estar com dores na coxa esquerda – estão sendo os mais consultados por atletas de outros clubes para saber se vale a pena se transferir para a equipe comandada pelo técnico Claudinei Oliveira. A vinda do veterano Robert, de 35 anos, por exemplo, teve participação direta de ambos, que jogaram com o atacante no Sampaio Corrêa, do Maranhão.
“Minha vinda foi muito pelo Nadson e o Válber. Eles me ligaram para eu vir e aceitei a proposta. O Nadson e o Válber têm muito a ver com a minha contratação”, reforça Robert.
A mesma confiança que teve na dupla de armadores na hora de fechar contrato, Robert espera agora ter em campo na briga pela titularidade. O atacante sabe que a concorrência será grande com os titulares Robson e Lucio Flavio – artilheiro do Paraná no Estadual com nove gols. Mas acredita que o entrosamento com Nadson e Válber possa fazer a diferença.
“Eles são jogadores rápidos, que me deixaram muitas vezes na cara do gol. Dos 22 gols que fiz no Sampaio Corrêa, muitos foram por causa deles”, enfatiza Robert.
Claudinei terá os desfalques Válber e Robson, mas poderá contar com Lúcio Flávio diante da equipe gaúcha. O artilheiro do Estadual atuou apenas alguns minutos no meio de semana, mas deve retornar. Marcelinho e Robert já estão regularizados e um deles formar dupla de ataque com o camisa 9.
Murilo, titular contra os catarinenses, será mantido no time, mas deve exercer uma função mais centralizado para suprir a ausência de Válber. O lateral-esquerdo Fernandes, com dores no joelho, segue em recuperação . Claudinei manterá o meia Rafael Carioca improvisado na lateral.
O adversário
O Xavante mantém a mesma base há quatro temporadas, e tem uma equipe titular com média de idade de 31 anos. Rogério Zimmermann está no comando do Brasil de Pelotas desde 2012 – só perde para Claudio Tencati do Londrina no quesito treinador há mais tempo no cargo na Série B – e o discurso do clube é de se manter na Segundona. Com reforços modestos, o Xavante aposta na força da torcida e no Bento de Freitas para não passar apuros na competição.
No Gauchão, o Brasil decepcionou. Garantiu a classificação para as quartas de final na última rodada da primeira fase terminando na oitava posição. Enfrentou o Grêmio no mata-mata e foi eliminado ao perder por 4 a 1. Na Copa do Brasil, caiu para o Atlético na primeira rodada, empatando em casa e sendo derrotado na Baixada.
Foto: Daniel Castellano