Vencer todas as corridas é o sonho de todos os pilotos. Ganhar a última prova da Fórmula Truck no autódromo onde conquistou a primeira vitória da carreira pode ser um marco na carreira de Paulo Salustiano. Vice-campeão da mais popular categoria do automobilismo da América do Sul, ele terminou em segundo lugar nas duas fases da abertura da temporada na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul. Apesar de triste com o anunciado fim da pista de Curitiba, local da até então inédita vitória na extinta Fórmula Renault, Salu demonstra empolgação com a etapa marcada para o próximo dia 10 de abril.
“Na Renault venci tantas vezes em Curitiba que era chamado de Rei de Pinhais (numa referência à cidade onde fica o autódromo). Foram seis corridas, quatro vitórias, um segundo e um terceiro lugares. Considero Curitiba minha segunda casa, atrás somente de Interlagos. Se acabar mesmo, fará muita, mas muita falta para todo o automobilismo brasileiro e quero mais do que nunca, lutar por uma vitória na Fórmula Truck“, disse Salustiano.
Nesta temporada o grande objetivo do piloto do caminhão Mercedes-Benz 55 é chegar ao título. No ano passado ele deixou escapar a conquista – ficou com o tricampeão Leandro Totti – por dois pontos (369 a 367) e agora promete se esforçar muito para se manter entre os primeiros e se sagrar campeão. Mas antes, ele terá pela frente, além dos adversários, o restritor de potência, um aparato mecânico obrigatório criado para diminuir a diferença entre os três primeiros no campeonato e os outros.
O líder, Felipe Giaffone, usará o menor restritor. Com 74 milímetros, o motor do seu Volkswagen Constellation perderá cerca de 70 cavalos de potência. Segundo colocado, Paulo Salustiano vem a seguir, com o de 76 milímetros e algo em torno de 50 HP a menos. O que, pelo menos em tese, deve sentir menos, é Diogo Pachenki (Mercedes-Benz), o terceiro colocado na classificação geral, que usará o de 78 mm, e deixa de usar aproximadamente 30 cavalos. Todos os outros pilotos têm na entrada do turbo uma abertura de 80 milímetros. Mas nem isso assusta Salustiano, que por ter estado na frente várias vezes em 2015, já se diz acostumado.
“Claro que a gente sente a perda de potência e em uma pista como Curitiba, com retas longas, isso faz uma grande diferença, pois o motor precisa de mais ar e o restritor diminui justamente a entrada de ar. Sem dúvida que atrapalha, mas se estou usando é por estar lá na frente e isso é muito bom“.
A briga pelo título desta 21ª temporada da Fórmula Truck tem vários candidatos, segundo Salustiano, que se coloca entre os principais concorrentes.
“Tem o Felipe, Pachenki, André Marques, David Muffato, eu, claro. O Totti pegou um grande desafio pela frente. Ele está de Volvo, que é um caminhão, muito, mas muito bom, e é o mais liberado pelo regulamento da Fórmula Truck. Isso é um ponto positivo para ele, que vai desenvolver bastante o caminhão. Mas, vai ter de remar bastante para chegar lá na frente e já mostrou um pouco em Santa Cruz, quando largou bem“, finaliza Salustiano, que nesta temporada tem o patrocínio do Grupo Fragnani.