Um dos mais experientes da equipe da Academia Madureira, João Pedro Chaves, 27 anos, vem sendo convocado para a seleção há oito anos e vai para a sua quarta temporada como titular. O grande desafio de 2019 será o Mundial da Inglaterra, em maio.
“Será o meu quarto Mundial e me sinto muito bem preparado e agora mais experiente. Espero brigar forte por uma medalha”, frisou o atleta, que compete na categoria até 80 quilos e cujo melhor resultado na competição foi chegar às oitavas de final em 2013.
Aos 16 anos, Ana Paula Morais comemora o retorno à equipe titular da seleção brasileira, depois de ter ficado de fora da convocação no ano passado. Competindo na categoria acima de 68 quilos, Morais já havia frequentado a seleção em 2015 (cadete), 2016 e 2017 (juvenil). A atleta vai representar o Brasil no Pan-Americano, em junho, nos Estados Unidos.
“Em 2015, fui para o Pan no cadete e conquistei o bronze. Agora, não quero repetir a medalha e sim buscar o ouro. Acredito que tenho boas chances”, apontou a adolescente, que começou no taekwondo em 2010.
Para Isadora Prado, 15, o título no Rio garantiu a primeira convocação da carreira. Em 2017, a londrinense havia ficado na reserva da seleção brasileira. “Acredito que isso foi fruto de muito treino, disciplina e de abrir mão de muita coisa para treinar”, afirmou. “É uma responsabilidade grande e também um peso representar o País, mas é um peso bom.” O Pan dos EUA será a primeira competição internacional da atleta.
Para o técnico da equipe, Diogo Freire, a campanha no Rio de Janeiro foi altamente positiva. “A performance no adulto igualou a do ano passado. Já no juvenil e cadete conseguimos colocar quatro atletas na seleção, contra nenhum em 2018”, comparou.
Além dos titulares, a academia garantiu mais três atletas entre os reservas da seleção brasileira: Vinícius Brunini (adulto até 68 quilos), Gabriel Oliveira (juvenil até 78 quilos) e Nicolas Pereira (cadete até 49 quilos).
Atletas relatam dificuldades para competir
Apesar de serem atletas de seleção, Chaves, Morais e Prado enfrentam as mesmas dificuldades financeiras que a grande maioria dos desportistas brasileiros. Com os cortes e as indefinições sobre o futuro dos programas de bolsa-atleta do governo federal e estadual para 2019, os lutadores precisam muitas vezes tirar dinheiro do bolso para custear viagens e participações em competições.
“Temos o apoio da academia e da FEL (Fundação de Esportes de Londrina) para campeonatos estaduais, (mas) para os demais, não. Por isso, acabo abrindo mão de algumas competições por falta de recursos. Estamos sempre fazendo promoções, rifas e buscando patrocinadores para ajudar”, afirmou Ana Paula Morais.
“A forma que eu encontrei de ter um pouco mais de condições foi ser atleta das Forças Armadas, das quais recebo salário, 13º e os demais benefícios trabalhistas”, revelou João Pedro Chaves, 3º sargento da Aeronáutica há quatro anos. “Mesmo assim, tenho que abrir mão de algumas competições fora do País.”