No dia 30 de abril de 1996 nascia um dos maiores (se não o maior) projeto esportivo do esporte guarapuavano. A princípio, o Clube Atlético Deportivo (nome inspirado na equipe do Deportivo La Coruña, do futebol da Espanha) disputaria apenas competições municipais, mas com o passar do tempo, os integrantes do clube perceberam que poderiam ter maiores pretensões, principalmente depois de encarar sua primeira competição estadual, a (já extinta) Taça Paraná, em 1998.
O clube seguiu disputando competições municipais e, com muita luta e dedicação, foi crescendo, se estruturando, até que em 2002, aconteceu o divisor de águas de sua história, a conquistou a Copa Amocentro, competição da FPFS que reunia as principais equipes da região central. O título qualificou a equipe para a disputa da Chave Prata e, após três anos, já chegava ate a Chave Ouro do Campeonato Paranaense de Futsal, com o vice-campeonato da “Prata” de 2005.
O caminho na Chave Ouro foi tortuoso, com vitórias e derrotas, mas após 10 edições disputadas o saldo é altamente positivo, com três títulos nos anos de 2010, 2014 e 2015. O rápido crescimento, embasado por um trabalho sério nos bastidores também proporcionou ao clube o convite para a disputa da Liga Futsal, a maior competição do futsal nacional, desde a temporada de 2013, representando a empresa de material esportivo Poker.
Assim é o CAD: ter nascido um dia antes do Dia do Trabalhador é simbólico, pois todas as conquistas foram fruto de muito trabalho dentro e fora das quadras. Além de ser o “Time de Guerreiros” o clube também pode ser definido por uma equipe de operários (dentro e fora das quadras), que não se deixam abalar pelas crises ou pelas derrotas. Quando estas acontecem, a dedicação é ainda maior no dia seguinte, sempre em busca da vitória.
Para celebrar os 20 anos do CAD, vamos relembrar alguns jogadores históricos desta jornada. Os critérios para esta seleção foram vários e nem sempre a qualidade técnica foi primordial, mas sim sua importância para a construção desta paixão de todos os guarapuavanos.
Confira o Top 20, dos jogadores do CAD:
Camisa nº 1 – Brigadeiro: Sem sombra de dúvidas, um dos maiores ídolos da história do clube, o goleiro Brigadeiro jogou mais de 100 jogos oficiais pelo CAD, se tornando um líder não só dentro de quadra, mas também virando uma espécie de porta voz da equipe, por seu relacionamento com a torcida. “Briga” foi um dos principais jogadores em uma época de transição do clube, entre os anos de 2008 e 2012, quando passou de iniciante para um dos maiores times do estado.
Camisa nº 3 – Daniel Baitala: Para muitos é o maior ídolo do CAD em todos os tempos. Baitala viveu todas as fases do CAD, desde seus primórdios. Foi um dos principais jogadores da transição do amadorismo para o profissionalismo, participando da conquista da Copa Amocentro, do vice da Chave Prata e dos primeiros jogos na Chave Ouro. Depois de encerrar a carreira como atleta, seguiu acompanhando a equipe, smpre fazendo parte da comissão técnica em diferentes funções.
Camisa nº 4 – Rômulo: Um dos jogadores mais técnicos que já passou pelo clube, Rômulo foi uma das principais peças do time de 2009, com um potente chute para vencer os goleiros adversários. O desempenho foi tão bom que, no ano seguinte, o fixo se transferiu para o futsal russo, se naturalizou e virou um dos principais jogadores daquela seleção, que é uma das mais fortes do mundo.
Camisa nº 5 – Bruno Oliveira: Não se pode dizer que o carioca Oliveira foi uma unanimidade, nem mesmo em sua época, mas foi o jogador mais decisivo em um dos jogos mais épicos da história do clube. Em 2010, no segundo jogo da final da Chave Ouro, o CAD precisava vencer o Cascavel para seguir com chances de conquistar a taça, pois tinha perdido a primeira partida fora de casa. No jogo de volta, o Cascavel abriu 3×0 no placar, mas o CAD conseguiu virar para 5×4 com quatro gols de Oliveira, abrindo o caminho para o título na partida final.
Camisa nº 7 – Daniel Japonês: Ídolo e goleador, o pivô Japonês viveu o ápice de sua carreira em 2010. Foi artilheiro da Chave Ouro com 32 gols marcados, se tornando peça fundamental na campanha do primeiro título da Chave Ouro. Até hoje seus gols são relembrados, sendo considerado, por muitos, o melhor pivô que já vestiu a camisa do CAD.
Camisa nº 8 – Carrapicho: Assim como Japonês, Carrapicho foi um dos principais responsáveis pela primeira conquista da Chave Ouro, em 2010. Com um preparo físico invejável, o ala usava sua agilidade e habilidade para passar pelas defesas adversárias e deixar seus companheiros na cara do gol.
Camisa nº 10 – Biro: Um dos camisas 10 mais emblemáticos da história do CAD, Biro foi um jogador versátil, jogando tanto na ala, quanto na defesa ou mesmo como goleiro-linha. Passou por bons e maus momentos no clube, mas não poderia ficar de fora desta lista por ter sido um dos jogadores mais relevantes dos elencos entre os anos de 2010 e 2014.
Camisa nº 11 – Ricardinho: O apelido de “Maestro” já diz muito sobre a qualidade técnica de Ricardinho. Jogador completo em todos os fundamentos, deu estabilidade ao time na campanha do título de 2010. Nos anos seguintes seguiu como jogador fundamental na composição tática da equipe.
Camisa nº 12 – Bruno Petry: Depois de passar por muitas lesões no ano de 2014, Bruno Petry soube dar a volta por cima e, em 2015, demonstrou todo seu faro de gol, marcando 35 vezes na temporada, se tornando o principal artilheiro da equipe e contribuindo bastante para as campanhas na Liga Futsal e no tricampeonato da Chave Ouro.
Camisa nº 14 – P.H.: De 2010 a 2014, Paulo Henrique Pauli foi um dos jogadores de confiança dos técnicos que passaram pela equipe do CAD. Com bom passe e ótima noção de marcação, o jogador foi importante dentro e fora da quadra, sendo uma das principais lideranças da equipe.
Camisa nº 15 – Waltinho: Uma aposta que deu certo foi a de Waltinho. O ano de 2013 foi muito difícil para o CAD, que tinha se programado para jogar apenas o estadual, mas aproveitou o convite da Liga Futsal. Com isso a campanha não foi das melhores, mas apesar dos jogos irregulares do time, o jovem Waltinho passou ileso, se destacando por sua qualidade técnica, por sua garra e por seus gols.
Camisa nº 16 – Alex He-Man: Um super-herói em quadra: com muita força física (como sugere o apelido), Alex não foi um dos jogadores mais técnicos, mas compensava isso com muita garra, encarnando, como poucos, o espírito do “Time de Guerreiros”. Em 2009 foi um dos principais jogadores da equipe. Em sua segunda passagem, as lesões atrapalharam, mas nada que apagasse a trajetória vitoriosa do pivô.
Camisa nº 17 – Simi Saiotti: Apesar de ter tido uma passagem rápida pelo clube guarapuavano, Simi foi “a cara” da equipe de 2014. Um time que tinha um jogo ofensivo e muita habilidade. Com lances plásticos e muitos gols, o ala/pivô foi decisivo nos jogos da semifinal da Chave Ouro, contra o Umuarama, colocando o CAD bem perto de seu segundo título estadual.
Camisa nº 18 – Robson: A maior tragédia do futsal brasileiro aconteceu no início da temporada de 2010, quando o fixo Robson Costa se feriu com uma lasca de madeira que se soltou do antigo piso do Joaquinzão, vindo a falecer horas depois do acidente. A repercussão do fato quase fez o CAD abandonar suas atividades esportivas, mas com o apoio da torcida e dos próprios familiares de Robson, o clube conseguiu se reerguer e conquistar seu primeiro título estadual. Em homenagem, a camisa nº 18 foi aposentada e uma das salas do clube, no ginásio Joaquim Prestes, leva o nome do atleta.
Camisa nº 19 – André Maluko: Um dos jogadores que mais se identificou com a torcida guarapuavana foi o pivô André Maluko. Com muita presença física, garra e irreverência, o pivô se consagrou de vez no jogo da final da Chave Ouro de 2014, quando marcou um hat-trick na vitória de 7×2 sobre o eterno rival, Cascavel Futsal. Goleada que fechou a mais fantástica campanha da equipe na Chave Ouro, saindo com o título com apenas uma derrota em toda a competição.
Camisa nº 20 – Ale Falcone: Uma história de grande superação foi a do goleiro Ale Falcone, também em 2014. Depois de passar por altos e baixos no início de sua carreira, o jovem arqueiro chegou como terceira opção do técnico Baiano. Mas nos treinos o jovem atleta foi ganhando espaço e com a contusão do experiente goleiro Danilo, aproveitou a chance, não deixando mais a titularidade da equipe até o fim da temporada. Com grandes defesas e muita vibração, se tornou um dos “xodós” da torcida guarapuavana.
Camisa nº 22 – Jamur: Outro grande destaque da equipe de 2014, Jamur esbanjava habilidade na quadra do Joaquinzão, além de castigar os goleiros adversários com um potente chute de canhota, tanto que foi eleito o melhor ala esquerda da Liga Futsal 2014. Um certo jogador, de uma equipe da região sudoeste chegou a afirmar (em off): “É impossível marcar este Jamur”.
Camisa nº 23 – Neto: Nem só de craques são feitos os grandes times de futsal. Também são precisos aqueles jogadores que, nos momentos de dificuldade, “incendeiam” uma partida, mesmo que seja na base da raça (“uruguaia”). Este foi o caso de Neto, um ala que se doava muito em quadra, com uma longa trajetória defendendo as cores do CAD.
Camisa nº 26 – Régis: Um dos pilares do elenco atual do CAD, o capitão Régis tem experiência de sobra para manter o time em sintonia com sua história vitoriosa. Seja na defesa ou seja marcando gols, o fixo já demonstrou sua qualidade e importância no clube.
Camisa nº 55 – Adeírton: Chamado por muitos de “Rei do Passe”, o ala cearense foi um dos ídolos do principal rival, o Cascavel Futsal, mesmo assim foi recebido com muita alegria pela torcida guarapuavana e soube retribuir com atuações impecáveis desde que chegou, na temporada de 2014. Assim como Régis, é uma das referências do elenco atual.
Técnico Baiano: Nada mais justo que eleger um treinador para este time de feras e a escolha não poderia ser outra: Eduardo Pacheco Coelho, o Baiano, conquistou seis vezes a Chave Ouro, sendo duas com o time de Guarapuava. O técnico foi em dos responsáveis pela transformação do clube nos últimos anos. Outros treinadores importantes como Banana (técnico atual da equipe, que também integra a comissão técnica da Seleção Brasileira) e o experiente Joel de Locco, serão sempre lembrados, mas Baiano tem um lugar especial na história, sendo, talvez, a maior unanimidade de toda esta lista.
Outros craques
Nestes 20 anos, muitos outros jogadores valorosos vestiram a camisa do CAD. Só no time atual, podemos citar alguns que, certamente, integrarão futuras listas, quando os melhores da história forem lembrados. Entre estes, o artilheiro Mauricinho, a revelação Felipinho, o versátil Diego Fávero e o experiente Giovanni.
Já nos primeiros anos do CAD nas disputas estaduais, também podemos lembrar de Ademir, grande destaque da Chave Prata e dos primeiros anos na Chave Ouro, quando surgiram outros valores como Paraná, Viola, Limone, Kumano e Davi. Após o primeiro título da Chave Ouro, passaram outros jogadores habilidosos como Dionízio e Nenê. E, bem mais recentemente, jogadores como Vitor, Danilo Baron, Deivão, Marquinhos, Diece, Bynho e o goleiro Roncaglio.
Enfim, foram diversos craques e qualquer lista ficaria injusta, dependendo de cada ponto de vista. A única certeza é que, a seu modo, cada um fez sua parte para levar o Clube Atlético Deportivo a seu lugar de destaque no cenário paranaense e nacional e no coração de sua apaixonada torcida que, para muitos, é o grande craque da equipe, pois sempre faz muita diferença nos jogos disputados no Joaquinzão.
Assim, só nos resta felicitar o clube e desejar muitos anos de vitórias. Que venham mais 20 anos de desafios, alegrias e muitos títulos.
#ParabénsCAD
Fonte: GMais