O técnico Lisca, 44 anos, concedeu nessa quarta-feira (dia 19) sua primeira entrevista coletiva no comando do Paraná Clube. Ele falou sobre o apelido “Lisca Doido”, a vitória de terça-feira, as metas para a Série B de 2017 e o desafio de dirigir um time que está há dez anos na segunda divisão nacional.
Lisca disse que pretende se adaptar à identidade do Paraná Clube. “Um clube tradicionalíssimo, uma camisa muito forte e uma torcida que está há dez anos na Série B. Está louca para voltar a comemorar e a vibrar com as conquistas que o Paraná teve num passado não tão distante. A equipe tem um potencial de melhoria. A gente pretende também trabalhar com a identidade do clube. Esses dois dias de conversas foram importantes para isso”, declarou o treinador, que estava sem clube desde dezembro de 2016, quando dirigiu o Internacional nas três últimas rodadas do Brasileirão.
Sobre o jogo de terça-feira, a vitória por 4 a 1 sobre o Brasil-RS, Lisca preferiu não falar sobre o desempenho. “Eu gostei primeiramente do resultado. Foi ótimo, uma partida importante para nós. Uma retomada e um novo trabalho. Gostei muito da postura da equipe e da comissão técnica. Estou vindo para trabalhar com a comissão do clube. É um trabalho bonito que vinha sendo feito pelo Wagner (Lopes). O Cristian (de Souza) também deixou coisas positivas. O futebol é assim, mas tem coisas que a gente vai dar sequência”, disse.
Perguntado sobre a meta do Paraná na Série B, em pontuação, Lisca evitou fazer cálculos. “Não faço meta longa, trabalho jogo a jogo e cálculos são complicados de fazer”, argumentou.
O treinador também explicou a origem do apelido “Lisca Doido”. “Foi no Juventude, em 2012. Com muita dificuldade financeira, estrutural. Assumi com o grupo de jogadores e funcionários. A gente comprou a bronca. O torcedor reconheceu isso e adaptou o grito de ‘Papo, Papo doido’ para ‘Lisca, Lisca doido’. Quando fui pra o Náutico, fui ver os jornais e já estava ‘doido’. No Nordeste, cantavam ‘Ah, é Lisca doido!’. Depois fui para o Ceará e a torcida inventou uma música. Eu estava querendo parar com isso. ‘Vamos trazer mais um doido?’, pensam os dirigentes. Isso me atrapalha no mercado, porque não sabem que é uma coisa carinhosa. Doido não ficou muito legal. Mas depois que as pessoas entendem, não vejo problema nenhum”, relatou.
O presidente do Paraná Clube, Leonardo de Oliveira, comentou sobre o apelido do treinador. “Essa situação de doido é o que menos importa. Lisca fez bons trabalhos, voltou para os clubes que trabalhou. Poucos treinadores eu traria de volta e os clubes não trariam de volta um doido se não tivesse feito bom trabalho. Essa essência dele, forma de interagir, faz parte do trabalho dele”, comentou.
Lisca estreia no comando da equipe contra o Luverdense, na sexta-feira, às 20h30, em Lucas do Rio Verde.